BEM-VINDO A ESTE ESPAÇO DEDICADO A PAIS E EDUCADORES

Aqui, neste espaço virtual você poderá encontrar informações que ajudem a modificar a sua relação e a sua intervenção no desenvolvimento de sua criança.


Conversando com a Luiza



Conversando sobre crianças amplia seu espaço e convida você a interagir com a psicóloga Maria Luiza Barbosa.

Faça perguntas e envie comentários.

Clique aqui!

As respostas serão postadas na Seção "Conversando com Amigos"

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

AS POSTAGENS DESTE BLOG SERÃO INTERROMPIDAS ATÉ 14 DE JANEIRO DE 2010.
ENCERRO ESTE ANO DE 2009 COM UM CONTO DE NATAL.

PARA ENCERRAR O ANO DE 2009



A MENINA DOS FÓSFOROS é um dos mais belos contos de natal.
Hans Christian Andersen consegue mobilizar nas pessoas fortes emoções, bastante propícias para a época natalina.
Este conto fala da necessidade de tornar invisível a dor do outro, para que o nosso “mundinho” não seja abalado, mas aponta também a beleza de transcender à realidade e ser capaz de vislumbrar possibilidades e construir caminhos.
A todos que me visitam, o desejo de novos caminhos em 2010.


Era véspera de Natal. Fazia um frio intenso; já estava escurecendo e caía neve. Mas a despeito de todo o frio, e da neve, e da noite, que caía rapidamente, uma criança, uma menina descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas. Ela estava calçada quando saiu de casa, mas os chinelos eram muito grandes, pois eram os que a mãe usara, e escaparam-lhe dos pezinhos gelados quando atravessava correndo uma rua para fugir de dois carros que vinham em disparada.
Não pôde achar um dos chinelos e o outro apanhou-o um rapazinho, que saiu correndo, gritando que aquilo ia servir de berço aos seus filhos quando os tivesse. A menina continuou a andar, agora com os pés nus e gelados. Levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos. Tinha na mão uma caixinha: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera uma esmola — nem um só centavo.
Assim, morta de fome e de frio, ia se arrastando penosamente, vencida pelo cansaço e desânimo — a imagem viva da miséria.
Os flocos de neve caíam, pesados, sobre os lindos cachos louros que lhe emolduravam graciosamente o rosto; mas a menina nem dava por isso. Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro. Sentia-se na rua um cheiro bom de pato assado — era a véspera de Natal —; isso sim, ela não esquecia.
Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósforos, e não ganhara um vintém. Era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, em sua casa fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava uivando o vento, apesar dos trapos e das palhas com que lhe tinham tapado as enormes frestas.
Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos sentiria algum calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parede para acendê-lo... Ritch!. Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo!
Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita aquela! Pareceu-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados, para aquecê-los, e... tss! Apagou-se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via a parede escura e fria.
Riscou outro. Onde batia a luz, a parede tornava-se transparente como um véu, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa. Sobre a toalha alvíssima via-se, fumegando entre toda aquela porcelana tão fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. Mas o melhor de tudo foi que o pato saltou do prato, e, com a faca ainda cravada nas costas, foi indo pelo assoalho direto à menina, que estava com tanta fome, e...
Mas — o que foi aquilo? No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria na noite escura. Riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal! Oh! Era muito maior e mais ricamente decorada do que aquela que vira, naquele mesmo Natal, ao espiar pela porta de vidro da casa do negociante rico. Entre os galhos, milhares de velinhas. Estampas coloridas, como as que via nas vitrinas das lojas, olhavam para ela. A criança estendeu os braços diante de tantos esplendores, e então, então... apagou-se o fósforo. Todas as luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, mais alto, cada vez mais alto, e de repente ela viu que eram estrelas, que cintilavam no céu. Mas uma caiu, lá de cima, deixando uma esteira de poeira luminosa no caminho.
— Morreu alguém — disse a criança.
Porque sua avó, a única pessoa que a amara no mundo, e que já estava morta, lhe dizia sempre que, quando uma estrela desce, é que uma alma subiu para o céu.
Agora ela acendeu outro fósforo; e desta vez foi a avó quem lhe apareceu, a sua boa avó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz.
— Vovó! — gritou a pobre menina. Leva-me contigo... Já sei que, quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer, como sumiram a estufa quente, o pato assado e a linda árvore de Natal!
E a coitadinha pôs-se a riscar na parede todos os fósforos da caixa, para que a avó não se desvanecesse. E eles ardiam com tamanho brilho, que parecia dia, e nunca ela vira a vovó tão grandiosa, nem tão bela! E ela tomou a neta nos braços, e voaram ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, e mais alto, e mais longe... longe da Terra, para um lugar, lá em cima, onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo, porque elas estavam, agora, no céu com Deus.
A luz fria da madrugada achou a menina sentada no canto, entre as casas, com as faces coradas e um sorriso de felicidade. Morta. Morta de frio, na noite de Natal.
A luz do Natal iluminou o pequenino corpo, ainda sentado no canto, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.
— Sem dúvida, ela quis aquecer-se — diziam.
Mas... ninguém soube que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos, nem com que júbilo tinha entrado com a avó nas glórias do Natal no Paraíso.
(Hans Christian Andersen)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

TEATRO DE SOMBRAS


As férias estão chegando e as previsões sobre o clima, não são nada animadoras para este verão. Então vai uma sugestão de atividade para pais e filhos.

Ao realizar jogos dramáticos, a criança tem a oportunidade de tomar consciência de seu corpo e de interagir com outras crianças. O trabalho com gestos e expressões estimula o desenvolvimento de habilidades específicas, como a abstração, além de trabalhar com uma seqüência de eventos encadeados, estimulando o desenvolvimento da estrutura temporal do pensamento.

Material para o teatro de sombras: lanterna ou abatjour e lençol branco.

Estender o lençol branco, fixando-o pelas pontas como se fosse uma tela. A criança que irá fazer as sombras deve se colocar atrás do lençol, e a lanterna ou o abatjour devem ser colocados atrás da criança.
Escurecer o ambiente para dar um melhor efeito.
A criança que ficar atrás do lençol poderá fazer movimentos com as mãos ou mímica com o corpo.
Uma criança ou um grupo poderá criar uma história curta com alguns personagens, e dramatizar atrás do lençol, com músicas e diálogos.
As crianças que assistem tentarão adivinhar o que está sendo apresentado através das sombras.

Boa diversão!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SERÁ QUE A MODA PEGA?


A personagem Rafaela, da telenovela Viver a Vida, tem sido valorizada e assim vem aparecendo regularmente nos capítulos da série. Parece que os personagens crescem na trama de acordo com o interesse dos telespectadores, então imagino que as pessoas estejam gostando do comportamento “mini adulto” da pequena Rafaela.
A relação entre Dora e sua filha, exemplifica a discussão sobre “pais amigos dos filhos”. Há cenas em que a mãe diz que às vezes parece que ela é a filha, e a Rafaela, a mãe.
O diretor Manoel Carlos, conseguiu retratar exatamente o que acontece de fato, entre mãe e filha, quando as funções não estão bem estabelecidas. O resultado é uma criança inconveniente, sem limites e manipuladora.
Nenhum problema criar uma história onde haja personagens bons ou maus, adequados ou inadequados, fadas ou bruxas, mães afetivas ou madrastas invejosas, estas figuras existem para ajudar na construção da subjetividade dos valores morais e éticos, além de auxiliar na elaboração de conflitos internos.
A telenovela se aproxima mais do cotidiano do telespectador, provocando assim, uma identificação intensa com os personagens e as situações vividas por eles.
Este tipo de entretenimento está preparado para captar desejos e necessidades da sociedade e exerce uma função informativa, que nessa telenovela, possibilita a discussão sobre as necessidades e potencialidades das pessoas com algum tipo de limitação.
O problema é que a telenovela modela os gostos e as preferências das massas, formando suas consciências ao introduzir o desejo pelo supérfluo e ao sugerir padrões de comportamento.
Corre-se o risco da sociedade ser invadida pela “moda Rafaela” e ser mais uma vez, testemunha da proliferação de crianças inadequadas, incentivadas por seus pais, já que esse tipo de comportamento desafiador, que não reconhece conhecimento nas figuras de autoridade é o perfil da criança “inteligente e independente”, apresentado na história.