
João é um menino de 15 anos, seus quadros num estilo naif são apreciados por todos, e muitos decoram as paredes de sua casa. Apesar de apresentar habilidades artísticas, João nem sempre teve um bom desempenho escolar a ponto da diretora da escola em que estudava aos doze anos, orientar sua mãe a desistir de investir na sua educação, já que ele tinha significativas dificuldades para aprender a ler e a escrever. João também já tinha desistido de si mesmo, falava em se matar causando pânica na família. Não queria ir mais para a escola, não fazia as tarefas e não tinha amigos. Toda vez que sua mãe cobrava as atividades ele ameaçava fugir de casa.
João tinha muita dificuldade para ler e escrever, quando identificava uma sílaba da palavra, adivinhava o restante, e invariavelmente errava. Sua leitura era fragmentada, as palavras para ele não tinham relação entre si, de modo que não entendia o que estava escrito. Quando escrevia fazia confusão entre i e j, b e d, repetia sílabas nas palavras ou as omitia. As outras crianças tentavam ajudá-lo nas lições, mas na hora de escolher parceiro para as atividades lúdicas, João não era lembrado.
João faz parte dos 12,1% da população com dislexia, segundo estudos, e mais freqüente em meninos. Esta dificuldade pode definir o futuro de uma pessoa entre saúde e doença, entre sucesso e fracasso. O que muitas pessoas não sabem é que diagnosticado o problema existem intervenções pedagógicas, fonoaudiológicas, psicológicas com a criança, com a família, na escola, que possibilitam a aprendizagem e minimizam os efeitos emocionais e sociais de suas dificuldades.
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