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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ABAIXO A ALFABETIZAÇÃO PRECOCE !!!

Recebo crianças com 4 anos com suspeita de dificuldade de aprendizagem escolar. Com esta idade não deveriam estar na escola, mas já que estão deveria ser para brincar.
As crianças precisam brincar para favorecer o desenvolvimento do pensamento, já que a ação e a manipulação da criança alimentam os processos cognitivos.
Mas com a falta dos quintais e de espaço na rua surgiu a necessidade de um lugar para abrigar, possibilitar e estimular as brincadeiras infantis.
Veio a moda da pré-escola e o processo de alfabetização foi recuando para seis anos, cinco e quatro anos. Não é por acaso que os problemas de aprendizagem são mais constantes do que antes, se alfabetiza muito cedo, as crianças não estão prontas para iniciar este processo e são identificadas dificuldades que, na realidade, não existem.
Alguns autores apontam três razões para estas dificuldades: imaturidade neurológica, ausência de comportamentos adequados para aprender e ausência de motivação.
Espontaneamente, a criança classifica, relaciona, ordena, compara, constrói a noção de tempo e espaço, entre outras operações, que são as mesmas utilizadas na leitura e na escrita, assim como na alfabetização matemática.
É muito mais saudável que ela brinque com seus bichinhos de plástico e faça grupos de animais selvagens, domésticos, aquáticos porque faz parte da fantasia que envolve tal brincadeira, do que desenvolver esta operação de classificação com bolinhas desenhadas em folha impressa, obedecendo regras estabelecidas oralmente pela professora.
Esta operação de classificação em material gráfico, provavelmente não tem nenhum significado para ela, já com os bichinhos, pode haver vários aspectos, o primeiro deles é o prazer de brincar livremente, seguem-se o desenvolvimento físico que exige gasto de energia para a manutenção diária do equilíbrio, do controle da agressividade, a experimentação pessoal em habilidades e papeis diversificados, a compreensão e a incorporação de conceitos, a realização simbólica dos desejos, a repetição das brincadeiras que permitem superar as dificuldades individuais, a interação e a adaptação ao grupo social, entre outras.
É necessário que pais e educadores se conscientizem que a brincadeira não constitui uma perda de tempo, pelo contrário, ela possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve emocionalmente e opera mentalmente durante a atividade lúdica.
As habilidades necessárias para a aprendizagem da leitura e da escrita são adquiridas durante os anos de brincadeiras, e a criança necessita de pelo menos sete anos para brincar intensamente.


Um comentário:

  1. Descobri agora o seu blog. Sou professora de Educação Especial, e com as suas sábias palavras me identifico plenamente.
    Será o aluno que não sabe aprender, ou o professor que não sabe ensinar, flexibilizar, adaptar? Os alunos passaram a ser autodidatas: a matéria é exposta, debitada para todos da mesma forma, cada um que arrange maneira de a aprender. Desculpem-me os bons professores... que eu sei que, felizmente, também os há.

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